quarta-feira, 13 de junho de 2007

As mulheres

Quarta-feira passada, estava eu Ewerton Clides recitanto um tratado de sociologia ewertonclidiana escrito por mim, Ewerton Clides, no tempo em que o termo ewertonclidiana mal era divulgado pelas ilustres universidades brasileiras. Terminei o pronunciamento com a frase finalité, igualité y sociolité. Eu não sei francês; nem os que me ouviam. Por isso, o efeito produzido foi tamanho, que não seria alcançado nem se eu dissesse corretamente os termos! Aplaudiram-me como se deve aplaudir alguém com o status de Ewerton Clides. Ainda mais quando o alguém que tem o status de Ewerton Clides é o próprio Ewerton Clides! No meio dos aplausos, eu repetia finalité, igualité y sociolité! muitas vezes, mas ninguém ouviu, pela incomensurável quantidade de decibéis propalada pelas palmas sociológicas.

Desci de um degrau e dirigi-me ao local reservado a fumantes. Sempre disponibilizo locais reservados a fumantes em minhas palestras, porque não permito a entrada de fumantes! É para eu poder ficar sozinho. Mas um intruso veio até mim e perguntou como se compreendia as mulheres! Olhei estupefato àquele sujeitinho. Um sujeitinho, sim! Como não saber das mulheres? Disse-lhe, primeiramente, que no mercado de trabalho atual, compreender as mulheres tornou-se mais fundamental até do que a compreensão da língua inglesa! Para não falar, pois, das mulheres inglesas! Mas mulher inglesa, eu, Ewerton Clides, nunca vi! Já escrevi muito a respeito, mas ver, nunca!

Peremptoriamente, disse-lhe: - "Eu vou falar. Mas não devia!". E o que falei ao sujeitinho, transcreverei aqui:

"Eu gosto de uma loira. Mas como diria eu mesmo, Ewerton Clides, nem tudo que reluz é loira! Talvez você ache alguma morena tentadora." E como ele me olhasse esquisito, esquisito mesmo, eu disse: - "Quer bolacha?". Ele quis, e eu lhe dei uma bela bolacha sabor morango.

terça-feira, 12 de junho de 2007

O flato social

Ela olhou em minha direção, abriu os braços, e veio andando. Olhava uma palma à minha esquerda, e pensei que meu amor, não há problemas com a sua vesguice! Pois ela passou reto. Sua felicitação, sua abertura de braços, seus passos, não foram para mim, Ewerton Clides!

Sentei num banco à esquerda. Um fã, reconhecendo-me, veio debater sociologia. Eu concordei com tudo, e disse-lhe, meu querido, você será um ótimo sociólogo, se continuar assim. E o fã, fã que era, estranhou! O que foi que, Ewerton Clides?, disse ele ainda feliz por eu ter-lhe dito que será um ótimo sociólogo. Sem se preocupar comigo, perguntou-me o que foi. E como ela não se preocupou comigo, achei certo não se preocupar comigo. Disse-lhe:

- Soltaram um pum no meu coração aerado.

Quem, Ewerton Clides? Quem soltou um pum no seu coração aerado?!

- Saia já daqui! Mas antes, lhe digo: é loira!

Fato social elegante

Estava eu, Ewerton Clides, a presenciar solenemente uma corrida de cavalos. Repousei meu chapéu ao peito, segurando-o com a mão esquerda desmunhecada; baixei a cabeça, os óculos, e levantei os olhos. Protuberei a ponta dos meus lábios, como quem entende muito de cavalos e se importa muito pouco com pessoas. Em minha frente, sentou uma mulher alta: ela pareceu mais alta do que é, e eu pareci mais baixo que sou.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

E monitor que não liga, cocô que a gente pisa, faz a gente perder a compostura. Desculpe. A sociologia às vezes sai de mim como uma catota sai do nariz de um sujeito enfermo por resfriado!

Desculpe. A compostura há de voltar.

a zar

Bem quando a gente ama, a gente percebe que existe azar. Porque sempre meu monitor não ligou, e eu nunca achei ruim. E quando alguém me encoxava no ônibus, achava que era casual. Se eu pisava no cocô, ainda quentinho, limpava e pronto. MAS AGORA, MEU BEM!, TUDO MUDOU!

Se meu monitor não liga, eu sei que ela está me esperando!, e que não conseguirei falar com ela por causa deste simplório entrevero! Se alguém me encoxa no ônibus, bem... nunca ninguém me encoxou no ônibus! Sou muito baixinho para coxas. Falei para dar um exemplo e deixar o texto mais achatado, mais volumoso, mais calliente! E se eu piso no cocô, percebo que fico com o cheiro o resto dos tempos, e ela repara muito bem! Pensa que não? Para abaixar a sobrancelha:

Aquele dia, eu tinha pisado no cocô. Ela veio falar comigo, e disse: "Oi, humm, Ew!". O hummm foi o problema! O humm é o momento em que ela sentiu o cheiro! Mas nesta hora, ela pensou que fosse momentâneo, não meu. Mas ela foi ver o que tava passando na televisão, coisa de pato, e voltou! Percebeu a diferença de cheiros entre os recintos! E que o cheiro ruim era meu! Então ela disse que era dia de comprar legumes e foi embora! AZAR, AZARZÃO! Por que eu fui pisar ali, por quê?!

Antes, pisar ou não pisar era nada. Agora, é um grande azar!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Para eu, Ewerton Clides, ficar triste, basta a sociologia - a ausência dela. Mas quando digo dela, não digo que é a ausência da sociologia! É a ausência dela, uma pessoa não conhecida neste espaço, mas tantas vezes referida!

Mais um texto de mamã!

Eu gosto de abóbora como quem gosta de cenoura: prefiro as laranjas!

Comecei com uma frase culinária porque hoje vem um texto de mamã! Porque todos pediram. E quem não pediu, não pediu porque é bobo! Ou porque sabe que eu, Ewerton Clides, detesto que peçam as coisas. Mas como saber disso se nunca falei? A não ser que você seja íntimo, e saiba de coisas que não deve! Se assim for, continue sem pedir as coisas, porque vai acabar deixando-me constrangido, porque comentário é coisa pública e séria! O texto de mamãe:

"Hoje eu não vou escrever."

Senhora Clides

A sobrancelha esquerda!

Comprei um baralho dos bons, porque, meu amigo, ele me disse que ela gosta é de sueca! Treinei, tive aulas com um professor português, e fui a ela:

- Benzinho, vamos tirar uma sueca?

Ela levantou as sobrancelhas e perguntou-me o que é sueca! Ele estava perto de mim e riu-se por eu ter acreditado que sueca era o esporte preferido dela! Olhei para trás, aproximadamente a setenta e oito graus, e disse:

- Caro colega! Fiz tudo isso para ela levantar a sobrancelha esquerda deste jeito!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

A sociologia não me cansa; o que me cansa é ser descansado pela sociologia.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pêlos: se não têlos, como sabê-los?

Falar-lhes-ei de uma coisa que pensava eu, já havia-lhes dito.

Pois ontem fui dormir pensando na dispendiosa desfaçatez que tive por revelar a minha fragilidade nas nádegas. Ainda disse do jeito que prefiro para a dobra de cuecas! E publiquei um texto de minha mãe, a senhora Clides, senhora talentosíssima! E de tanto pensar, levantei. Fui até meu guarda-roupas e peguei meu whiskey. Fiquei a admirá-lo.

Eu não tomo whiskey. Detesto os álcoois. Mas me agrada muito saber das coisas que mais velhas, ficam melhores. Assim peguei minha garrafa e pude admirá-la e sorrir! Mas o que faltava era: UM TEXTO SOBRE A NECESSIDADE MASCULINA DE UMA QUANTIDADE MÍNIMA DE PÊLOS!

Sim! Que eu sempre pensei nisso. E achei que havia aqui publicado esta idéia! E não uma vez, somente! Não! Várias vezes! Mas, como você sabe, não publiquei nenhuma vez.

Os homens tem uma necessidade de ter uma quantidade mínima de pêlos. A quantidade, não sei qual é, mas existe. A explicação é simples: Vocês já repararam que sempre que um homem fica careca, a barba dele cresce como que simultaneamente? O homem deixa a barba crescer quando faltam os pêlos da cabeça, para não sentir a desmoralização causada pela despelinização!

Já vi homens que não possuíam barba farta, e perderam os cabelos pela calvície. Notei, então, ao abraçá-los, que o peito estava mais fofinho. Sim! Os pêlos do peito se manifestaram em solidariedade à virilidade do sujeito.

Mas posso ver que você tem a sobrancelha esquerda levantada. Eu não posso ver, é claro. Mas adivinho muito bem! Tanto que agora você baixou só para fingir que é mentira. Levanta de volta, por favor? Eu adoro quando você faz assim! Para baixar esta bela sobrancelha com naturalidade, reservo-lhe o próximo parágrafo.

Por que você acha que os velhos possuem pêlos na orelha?

Mas cuidado. Pêlos! Eu disse: PÊLOS.

terça-feira, 5 de junho de 2007

um trecho da obra da senhora Clides, a mãe do Ewerton Clides (ele mesmo!)

Na escrita última, falei de minha mãe. Mulher talentosíssima, que não teria minha admiração, não fosse minha mãe. Talento é para gente preguiçosa. Eu a acharia preguiçosa, não a tivesse visto tirar todos os caroços todos os dias de minhas azeitonas, por exemplo.

Vou publicar um texto de minha mãe. Como não a admiraria se não fosse minha mãe, não publicaria o texto da senhora Clides, fosse a senhora Clides a senhora Holmes. E como sou mencionado no texto - talvez seja por isso que o publique - como filho, eu não o publicaria se ela não fosse minha mãe. Imagine se na hora que fosse o filho referido, estivesse escrito Ewerton Holmes - seguindo, ainda, o exemplo da mãe com sobrenome Holmes.

"

Escrevo como quem tira caroços de azeitonas para o filho que adora caroço de azeitona. Ou seja, escrevo como eu mesma.

Meu filho tira caroço de azeitona de forma estranha. Todo mundo que já vi, tira caroço de azeitona, é para comer a azeitona. Meu filho, Ewerton Clides, gosta que se tire caroço de azeitona para admirar o caroço. E porque ele gosta de olhar, de só olhar, eu mesma tiro.

MAS DETESTO CRIANÇA MIMADA!

Então eu digo, que se o senhorzinho não comer ao menos um caroço, sabe o que eu faço? Faço o senhorzinho comer dois caroços! E o segundo vai ter que mastigar!

O marido reclamaria, mas morreu mesmo.

E se reclamasse, eu diria primeiro que é dente de leite! E depois, olharia feio, mas muito feio - sou muito feia, então meio olhar feio, é feio-feio -, e diria, por que morreu?! Morreu e agora vem reclamar?!

As lágrimas que estão neste papel servem para externar a terna mulher que sou.

A frase que escrevi na linha acima é para ninguém pensar que sou sapatão.

E vou escrever uma receita, porque mulher que não sabe cozinhar só pode ser sapatão.

Adianto também que é uma receita copiada. Que mulher que inventa receita, não é mulher.

INGREDIENTES:

massa


um teco de farinha de trigo
manda leite!
ovos
4 colheres (sopa)
sal a gosto

Recheio:

carne moída
2 colheres (sopa) de cebola picadinha ou ralada
½ tomate cortado em cubos

MODO DE PREPARO:

Mistura tudo e fica fria. Fica fria você, que a massa vai pro forno, junto com o recheio.

Fim da receita.

Deu uma trabalheira danada de copiar essa receita aqui, então é para fazer, ouviu? Ouviu?! Falo grosso, que é para você fazer mesmo! E me seguro para não dizer-lhe palavrão na sua cara macia de menininha! Vai ficar uma delícia, querida!

"

Senhora Clides - a mãe de Ewerton Clides

A reconstituição do tapa

A mão da minha mãe bateu em mim. E se fez plaft. Ah! Como eram rijas, minhas nádegas! Fiz cara de muchocho para dar dó. E mamã ficou com dó. E naquela tarde fui agraciado com um resplandecente e branco arroz doce.

Hoje, se a cena fosse se repetir:

- ficaria feliz demais! Porque minha mãe, a senhora Clides, estaria viva. É preciso vida para bater em nádegas.

- Mamãe viva, aos 112 anos, daria um tapa leve em minha nádega.

- Mesmo um tapa leve, eu não o suportaria sem dor.

Curtas experiências de vida a serem compartilhadas com quem me lê

Se eu, Ewerton Clides, gosto de viajar? Gosto. Gosto muito! Separo sempre as minhas cuequinhas, dobradas uma a uma de jeito excêntrico cuja dobra principal não coincide com saliências de nádega.

-

Ter oitenta e dois anos atrapalha porque a nádega perde capacidade em reter peso do corpo. Então dói o osso quando senta. E se meu gato vem pedir colo, digo-lhe que adoraria, mas ele aumentaria o peso conjunto e meus ossos reclamariam mais tarde.

-

Máquina? Só fotográfica.