Eu estava na avenida Jacu Pêssego, uma rua – embora seja oficialmente uma avenida, prefiro dizer rua, pois aquilo parecia mesmo uma rua - cujo nome me deixa deveras constrangido - mas minha gente, é preciso dizê-lo: Jacu Pêssego. Mas não se detenham demasiadamente em Jacu Pêssego. O que vou relatar poderia ter acontecido numa rua de nome mais simplório, qual alameda Washington Luis, ou rua Benedito Calixto. Mas era rua Jacu Pêssego. Então recomecemos o relato para não darmos atenção a mais para um nome que não requer menção para reter a atenção.
Perambulava eu, Ewerton Clides, na rua Jacu Pêssego. Um desconhecido veio até mim e disse:
- Você sabe que dia é hoje?
Eu sabia, mas não disse. Perguntei-lhe que horas eram.
- Nove e meia!
Desconfiei rapidamente daquele sujeito. Eu, Ewerton Clides, não confio nas pessoas que arredondam as horas, mesmos quando estas estão em horários redondos.
Meu telefone móvel tilintou e tremeu. Pensei: - Deve ser uma chamada! Será que é para mim?
- Alô, quem fala é o Ewerton Clides. Ramón de quê? Não, eu não sou o Ramón Carranza, senão, como disse anteriormente, Ewerton Clides. Não tem problema, as pessoas erram muito na hora de digitar. Eu o entendo, embora nunca tenha acontecido comigo. Adeus.
Senti tocarem meu ombro.
- Ewerton, vo
- Por favor, não abrevie. Ewerton Clides.
- Ewerton Clides, você sabe que dia é hoje?
- Que horas são?
- Nove e meia!
Sorri apenas com o lado esquerdo da boca. Ergui meu nariz por volta de 1,7cm (desculpo-me pela imprecisão, mas naquele momento eu não possuía uma fita métrica. Fora que seria coergido de usá-la naquele instante) e segui em frente.
Ora. Duas pessoas deste relato me perguntaram o dia: você deve estar curioso. Pois lhe digo:
Era uma terça-feira.
sexta-feira, 30 de março de 2007
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