quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Linguagem

Eu, Ewerton Clides, andava pelo belíssimo centro da cidade de São Paulo. Mas não era por beleza, que por lá andava. Eu andava por necessidade de acompanhamento sociológico de um amigo.

Paramos. Era em uma ponte. E lá, observávamos um jogo de futebol jogado por meninos de rua. Sem meninas, ainda bem. As mulheres estragam o futebol, quando jogam.

Muitos dizem que sou homossexual, que detesto as mulheres. Dizem inclusive que eu prefiro croaçã de cocô a ter mulheres. Ora, meus caros. Eu não sou homossexual. E não sou heterossexual, na definição que esta palavra tem de o homem gostar e ter a necessidade de fazer sexo com mulheres. Eu gosto é de uma mulher, porém não faço sexo com ela.

Enquanto os meninos não marcavam gols nem criavam jogadas insinuantes, alguém estava ao meu lado gesticulando bravamente! Olhei-lhe com cara de quem pede para a pessoa parar de gesticular e começar a falar (foto desta cara no prefácio). Mas a pessoa gesticulou-me que não é capaz de falar, por isso gesticula letra por letra na linguagem de surdos.

- Você pode me ouvir? - perguntei.

A pessoa gesticulou alguma coisa. Esta coisa só poderia ser que sim ou alguma outra coisa, mas nunca que não. Porque se ela não podia me ouvir, não negaria a minha pergunta oral.

- Se pode me ouvir, faz que jóia com a mão, assim!

Ele não fez que jóia e saiu correndo. Somente porque fiz um movimento brusco e disse-lhe debaixo de meu bigode:

- Bu!

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