O direito de propriedade intelectual da careca surgiu em virtude da reclamação óbvia de que se todas as coisas lisas podem servir de tela para obra de arte, a careca também pode ser uma. Inclusive eu, Ewerton Clides, escrevi uma petição para que se homologasse o que chamei, na época, de "tela viva, a única que sua".
Um dos maiores obstáculos para a aprovação, foi a constante implicância da sociedade como um toldo sobre as várias carecas do mundo. Diriam que seria preciso homologar cada careca, pois além da diferença óssea, havia, na época, a diferença entre o tamanho das carecas e das cores delas. Esta implicância, claro, é pertinente. Mas eu, Ewerton Clides, por ser Ewerton Clides tive a opinião prevalecida. Inclusive as críticas mais árduas foram relevadas.
A aprovação foi recebida com muita festa entre os sociólogos em geral, porque sociólogos costumam ser carecas, e os que não são, sociólogos não podem ser. E eu, Ewerton Clides, fiquei muito satisfeito com o status comprovado.
Mas hoje comprei uma tinha a gouache e a pintei na careca com o dedinho. Suei e fiquei com a cara inteira colorida!
terça-feira, 17 de julho de 2007
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