quinta-feira, 19 de julho de 2007

Ewerton Clides, a infância

Uma pergunta comum que muito me acomete é a de como foi a minha infância.

Perguntam-me, por exemplo, se todos me chamavam nesta época já de Ewerton Clides, e não somente de Ewerton. Ora, meu sobrenome é Clides desde que nasci. Não admitia mesmo criança que me ocultassem o sobrenome como criança esconde o champignon na beira do prato! Champignon é digno de se esconder, porque fungos vivem mesmo escondidos. Já meu sobrenome tem é que ser muito exibido! No sindicato com meu nome, muitas vezes ouvi muitos aplausos por somente proferir Ewerton Clides. Não teria por que escondê-lo.

Eu escondia o champignon também por repudiar os estrangeirismos. Ou você acha que ascendo abajour? Prefiro abajur.

As mulheres da infância censuravam-me muito pelo que diziam ser minhas excentricidades. Eu não era excêntrico. Excêntrica era minha avó! Ela pintava o cabelo de verde.

Mas censuras femininas nunca me comoveram.

A minha infância acabou aos ointenta e dois anos, quando visitei a casa dos Ursípedes. Até esta ocasião, os seios femininos eram para mim, Ewerton Clides, tão interessantes quanto um camelo, com vantagem para o camelo que não precisa usar sutiã.

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